1 de fevereiro de 2012

Russian Roulette



- Vamos cara, nada vai te acontecer, puxe o gatilho. Tem apenas uma bala no tambor. É uma chance em seis de ela estourar seus miolos. Deixa de ser frouxo.
- Eu não quero – respondi rápido demais para quem queria viver.

- Vamos. Olhe – o garoto ruivo colocou a arma em sua têmpora e puxou o gatilho – ainda estou vivo.
- Sua vez – disse o loiro – pegue.
Peguei a arma, abri o tambor, o fiz girar e o fechei. Era tudo ou nada. Era vida ou morte, e, eu não tinha certeza se queria correr o risco, ao mesmo tempo em que não sabia se queria continuar vivendo. Coloquei a arma na minha cabeça, eu sentia seu cano gelado em minha têmpora. A dúvida cedeu a pressão, então puxei o gatilho. Meu coração acelerou. Eu ainda estava vivo.
- Viu nada lhe aconteceu – o ruivo tirou a arma da minha mão e a entregou para o loiro – sua vez.
O loiro fez o mesmo que eu, embora não tenha tido a mesma sorte. Ao fechar o tambor e puxar o gatilho, a bala foi atraída para sua cabeça. Talvez ela tenha cansado de viver naquela arma gelada e tenha preferido se alojar na cabeça daquele menino loiro, que agora estava estirado no chão, sua pele branca ficando ainda mais pálida e seu cabelo, antes loiro, se manchando de vermelho.



Sim, a história é minha, sim, sou perturbada e sim, faz tempo que não posto aqui, espero que tenham gostado.

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